Amei cedo.
Primeiro amor foi aos 5 anos, pelo meu fisioterapeuta o José Carlos.
Ele tinha uns 23 anos e durante as sessões conversávamos longamente sobre Speedy Racer.
O primeiro homem com quem eu tinha assuntos em comum.
Muito tempo depois, aos 8 anos enlouqueci de paixão por um quase primo de 18 anos, e é óbvio já era muitíssimo mais madura e o tema de nossas longas conversas era a situação política do Brasil.
Meu amor politico em plena ditadura.
Apesar de mega platônico esse amor durou anos...
Por aí dá pra perceber que relações possíveis nunca foram meu forte, então as minhas chances de brincar de médico, beijo-abraço-aperto de mão, ou salada mista sempre foram nulas.
Já estava com uns 13 anos e os hormônios sinalizavam que havia me tornado um bicho-fêmea, morria de vontade de dar beijo na boca, mas além de ultra romântica e sonhadora, não tinha muita chances com os meninos, pois quando me olhavam viam apenas um molequinho igual qualquer um deles.
Uma noite assistindo um especial na tv, não pude mais resistir, num arroubo de loucura, agarrei a tv e tasquei um beijo caprichado, de língua, bem molhado no Djavan.
Quando acabou o beijo fui obrigada passar um pano na tv.
Mas aquilo foi muita provocação pra eu aguentar: a Glória Pires ficava lá pensando naquele príncipe feito do mais puro chocolate alagoano, quando ela pegou não tive dúvida, peguei também.
Só beijei de verdade dois anos depois...
Mas a vida é bem engraçada e premonitória, exatamente 3 anos depois do especial na tv, revivi a cena na realidade, com um príncipe de CHOCOLATE paulistano.
No pátio da escola, numa roda de violão, um menino lindo cantava a música Meu Bem Querer do Djavan, eu não aguentei, entrei na roda e transformei o solo num duo e quando cantamos a última frase da música o beijo foi inevitável.
Fui aos céus !!!
Esse Djavan é mesmo um cara muito importante pra mim.
E para o meu Príncipe Chocolate, um lugar especial no coração...Saudade.