09 novembro 2014

Ahhh este coqueiro que dá Coco... Gabrielle, sempre Gabrieeeeeelle...


1970, num subúrbio tropical, em um sábado à tarde outonal, nasce mais uma exótica criatura estranha no ninho... A pequena baiana gostava de umas coisas bem diferentes, foi crescendo meio moleque, bocuda, vestia roupa de menino e era dada a jogar futebol, lia uns livros esquisitos, cantava e dançava quando e onde tinha vontade. Chamavam-na de maluca, pirada, doidinha... Sempre falou o que pensava, e assumia, segurava o tranco e se bancava. Invocada, botava banca de valente.
Calça preta, camiseta listada, um sapato preto com solado plataforma era certeza de estar linda e poder dominar o mundo, enquanto passava ouvia a piada: Ei Irmão Metralha, fugiu da cadeia ?
Sobre seus vestidos pretos sempre ouvia: Querida, você parece uma viúva com este vestido reto e este colarzinho de velha !!!
O tempo foi passando, e aos poucos a pequena baiana foi descobrindo que aquela estranheza que sentia chamava bom gosto e que aquela alma que lhe rondava desde o berço, era de uma certa Mademoiselle...
Quando tornou-se mulher feita, passou a "dar banana" para os ignorantes, e hoje desfila absoluta enrolada nas diversas voltas de suas pérolas falsas...
Obrigada por me tirar do limbo, antes mesmo de saber que ele existia.
Merci beaucoup Coco Chanel !
Arretadas seguimos juntas, tecendo realidades e vestindo sonhos.