30 julho 2019
O mundo virou.
Voltei dois anos depois. Não porque esteja feliz, ao contrário voltei para dar relato histórico.
Um dia dormimos e acordamos em um pesadelo.
Em 2019, o mundo todo apresenta tendências extremistas de direita, cresce o racismo, os preconceitos, e os movimentos contrários à barbárie parecem ineficazes.
No Brasil, a situação é: um presidente homofóbico, xenófobo, suspeito de ligações com milicianos e que quase que diariamente profere ofensas e impropérios em plena rede nacional. Seus apoiadores vomitam ódio. Nas redes sociais robôs compartilham freneticamente posts e tweets fazendo apologia ao ódio e violência.
Gente matando gente. Morrem mulheres, negros e índios estourando os índices da brutalidade. Estamos cercados de estupidez e ignorância.
Ameaças, injustiças e queda da constituição e dos valores éticos e morais. Declararam guerra à Ciência e tentam desmantelar tudo o que foi conquistado em décadas de esforço e dedicação. Declararam a ignorância como forma de dominação.
Eu me desespero. Vejo o noticiário e choro copiosamente.
Não tenho nenhuma perspectiva de futuro. Também não sou um ser que alimenta esperanças.
Me sinto deprimida, triste e só, entretanto não me sinto frágil, sinto exatamente o oposto, tenho ganas de raiva e vingança. Assisto horrorizada brotar em mim algo que ri com sarcasmo e deseja o que há de pior para aqueles que são responsáveis por esta tragédia.
Elegeram o novo Hitler, merecem se afogar na própria bile.
Sou só lágrimas e horror.
Não me reconheço.
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