Era um teatro: tudo perfeito, cenário, luzes, som. No palco os atores que viveriam o romance: os olhos deles brilhavam tanto, que você juraria que tudo era real. Representaram essa mesma cena todas as noites por quase um ano.De segunda a segunda sem folga. Um dia fiquei depois que o espetáculo terminou, ao lado do palco, olhando os camarins com suas portas abertas, pude ver de perto a descaracterização dos personagens. Ele já não estava tão belo, nem tão gentil, muito menos tão apaixonado. Ela já não era tão delicada, tão feminina, tão perfeita.
Simples, agora eles eram reais. Uma pena. Uma terrível pena !
Eu adorava o amor daqueles dois. E tinha certeza que na festa da 365ª apresentação, eu estaria lá brilhando.
JÁ NÃO TENHO TANTAS CERTEZAS.
Será que a isso se dá o nome de maturidade ?
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