11 abril 2002
Caxiado
Este é o meu melhor retrato para dor. A beleza do entalhe da madeira, que produz tanta coisa linda, com o gesto "delicadamente brusco". Arrancar pequenos pedaços, sulcando a matéria bruta, extraindo dela toda a beleza oculta. Sim, conversamos, mas a cada palavra senti a crueldade do metal penetrando a alma. No final, dor e beleza. Estamos como todos, vivos, tentando tornar a convivência algo mais sutil, menos doloroso, e mesmo com os olhos turvos, ainda enxergamos o encanto do nosso encontro.
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