01 julho 2002

A crítica

Sempre estive aberta a rir dos meus próprios defeitos. E nunca sei o que fazer quando recebo elogios. Até anteontem achava que eu era "um tanto" popular. Me disseram que eu sou "metida". Na adolescência, um amigo já havia me dito que meu papo cansava, e eu entendi perfeitamente o porquê. Sempre gostei de um "papo cabeça" e nem sempre a grande massa tem saco pra discurso. Aos trinta e dois anos descubro que a impressão que eu passo aos outros é aquela que eu mais abomino. É um fato preocupante, pois se fosse proposital, bastava interromper, mas não é. Tenho orgulho da facilidade que tenho de dialogar com todo tipo de gente. Nicette Bruno diz que algumas críticas devemos simplesmente ignorar. Não sei se este é o meu caso. Dispendi um ano de carinho e energia com gente que me acha um porre. Isto me entristece. Devo ter responsabilidade pra analisar minha parcela de culpa, mas por um lado a tendência a achar que tanto sentimento jogado no esgoto,não merece tentar ser recuperado também é tamanha. Se eu sou realmente "chata", isto explica muita coisa, mas o que me preocupa é a origem da crítica. Se viesse de gente que eu respeito e admiro, beleza, mas pelo contrário, vem de pessoas as quais eu já tinha me condenado a um mero relacionamento superficial. Chega então aquele momento: absorvo ou ignoro ?
O mais interessante disto tudo, é que eu ainda fico magoada. Mas esperar algo daquelas pessoas era mera expectativa mesmo. Desde o primeiro momento eu sempre soube que não era a minha praia. Quando vou aprender ser como a maioria das pessoas que não se entregam num primeiro abraço ? Talvez quando eu aprender a valorizar os meus verdadeiros amigos, que quando me vêem errar, com apenas um bom papo, me fazem voltar para o caminho certo. Aquele que não tem medo de te olhar de frente e dizer: Chega, você está exagerando ! Erro básico: acreditar que todo mundo é meu amigo. Erro terrível: acreditar na sinceridade das pessoas.

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