18 novembro 2002

Minha doce cabecinha de trinta e dois anos está lentamente aprendendo a viver. Se as coisas a partir de agora passarão a fazer mais sentido, eu honrarei o nome que minha mãe me deu: "a ouvinte". Tenho tentado absorver as coisas boas e algumas, confesso, tô começando a compreender...
O tempo, outrora meu único inimigo, tornou-se mais sutil. Talvez tenha cansado de me ver sofrer, e agora me dá conforto. De vez em quando, sussura palavras bonitas no meu ouvido, delatando as belas luzes do alvorecer de amanhã. E eu, na fé de ver o espetáculo, adormeço mais um dia.
O amor me libertou, me deu passaporte carimbado e promete acenar lenço branco na minha despedida. Siameses de alma.
Com muito tato e uma pinça, já estou quase conseguindo arrancar as últimas unhas que a paixão me cravou no peito. Deixarei as marcas aparentes para que não esqueça das promessas que um dia me fiz. Tô querendo saúde !
Pensei em chamar o advogado, e tratar o mais depressa possível da minha separação legal, esta minha relação com o Sofrer está com os dias contados. Deixo tudo pra ele, não quero pensão. Estou interessada em outro alguém, já decidi, vou viver com a Paz.

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