29 julho 2003
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o principe:
- Por favor... cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não tem mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que preciso fazer? perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...
No dia seguinte o principezinho voltou.
- Teria sido melhor voltares sempre na mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... é preciso ritos.
...
- Adeus, disse ele...
- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples, só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu é responsável pela rosa...
- Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
...
- As pessoas têm estrelas que não são as mesmas. para uns, que viajam, as estrelas são guias. Para outros, elas não passam de pequenas luzes. Para outros, os sábios, são problemas. Para o meu negociante, eram ouro. mas todas essas estrelas se calam. Tu, porém, terás estrelas como ninguém...
- Que queres dizer?
- Quando olhares o céu de noite, porque habitarei uma delas, porque numa delas estarei rindo, então será como se todas as estrelas te rissem! E tu terás estrelas que sabem rir!
E ele riu mais uma vez.
- E quando te houveres consolado (a gente sempre se consola), tu te sentirás contente por me teres conhecido. Tu serás sempre meu amigo. Terás vontade de rir comigo. E abrirás às vezes a janela à toa, por gosto... E teus amigos ficarão espantados de ouvir-te rir olhando o céu. Tu explicarás então: "Sim, as estrelas, elas sempre me fazem rir!" E eles te julgarão maluco. Será uma peça que te prego...
E riu de novo.
24 julho 2003
Dia a dia na Babilônia:
Ontem foram só coincidências, ingressos esgotados, um moço de olhos cor do céu perguntou se eu queria um ingresso: imagine minha resposta. Ele me deu. Entrei, tudo lotado, eu e um saco gigante de pipocas ultra-salgadas. Lá no meio do nada, um sorriso. Fui. Uns meninos estavam disputando alguns lugares para sentarem-se próximos a seus amigos. Dança da cadeira, sobrou uma, sentei. Chorei de rir com a brincadeira. A pipoca já estava elevando a minha pressão a 25/20 e eu tendo alucinações com qualquer tipo de líquido que me escorresse pela garganta, quando meu companheiro do lado pediu pra eu guardar o lugar para ele.
_ Claro, fique tranquilo !
Quando ele retornou quase chorei, o iluminado me trouxe um suco para agradecer a gentileza por eu ter cuidado de suas coisas .
DEUS EXISTE !
Viramos companheiros de cela. Trocamos balas e comentários. Voltei pra casa feliz.
Hoje, começou tudo de novo, correria, fila, meus atrasos. Cheguei no cinema (pra variar, lotado), lá com o queixo colado na tela, dois lugares, fui seca. Sentei, logo em seguida, outra maluca perdida. Tá guardado esse lugar ? Não. Ebaaa!!! Puxou papo. Companheiras de cela em menos de trinta segundos. Bel, médica, risonha, maia, inteligente de dar gosto. Dividimos os petiscos e as risadas, trocamos telefones, marcamos uma cerveja. E eu voltei pra casa feliz, feliz...
Quando eu penso em Festival de Animação, vejo o quanto essas palavras podem ser mágicas.
ANIMADONA !!!
Ontem foram só coincidências, ingressos esgotados, um moço de olhos cor do céu perguntou se eu queria um ingresso: imagine minha resposta. Ele me deu. Entrei, tudo lotado, eu e um saco gigante de pipocas ultra-salgadas. Lá no meio do nada, um sorriso. Fui. Uns meninos estavam disputando alguns lugares para sentarem-se próximos a seus amigos. Dança da cadeira, sobrou uma, sentei. Chorei de rir com a brincadeira. A pipoca já estava elevando a minha pressão a 25/20 e eu tendo alucinações com qualquer tipo de líquido que me escorresse pela garganta, quando meu companheiro do lado pediu pra eu guardar o lugar para ele.
_ Claro, fique tranquilo !
Quando ele retornou quase chorei, o iluminado me trouxe um suco para agradecer a gentileza por eu ter cuidado de suas coisas .
DEUS EXISTE !
Viramos companheiros de cela. Trocamos balas e comentários. Voltei pra casa feliz.
Hoje, começou tudo de novo, correria, fila, meus atrasos. Cheguei no cinema (pra variar, lotado), lá com o queixo colado na tela, dois lugares, fui seca. Sentei, logo em seguida, outra maluca perdida. Tá guardado esse lugar ? Não. Ebaaa!!! Puxou papo. Companheiras de cela em menos de trinta segundos. Bel, médica, risonha, maia, inteligente de dar gosto. Dividimos os petiscos e as risadas, trocamos telefones, marcamos uma cerveja. E eu voltei pra casa feliz, feliz...
Quando eu penso em Festival de Animação, vejo o quanto essas palavras podem ser mágicas.
ANIMADONA !!!
Que saudade do meu casaco de lã laranja ! Era o maior sucesso nos tempos dos bailinhos de garagem. Juro que se eu ainda o tivesse, vestiria amanhã no show do Hildon. Duvido que ele tenha esquecido vestuário tão bizarro.
Amanhã, o mais esperado show do ano para os sobreviventes da década de setenta e moradores de uma vila perdida lá no Jabaquara: HILDON.
" Que tempo bom, que não volta nunca mais..."
Ainda bem que não volta. Lá eu nem era tão feliz assim.
Mas o maravilhoso HILDON nada tem a ver com isso.
SHOUZAÇO no Sesc Vila Mariana.
" De que valem as luzes da cidade, se no meu caminho a luz é natural... "
Eu vou ver o homem de novo depois de milhões de anos, gentem !!!! Tô tão emocionada !!!
Viva o Black, Viva o Soul, Viva a galera do Jabaquara, é nóis na fita AINDA Mano !!!
ANIMA MUNDI
Mais animado do que nunca. Ou serei eu que estou animadíssima ? Caso você um dia tenha a oportunidade de ver um longa chamado "Mercano- o marciano" se entregue. DEMAIIISSSSS !!! Traço, humor, som, tudo... É a Argentina mostrando que balança, mas não cai. Não vou conseguir ver muitos filmes por causa do trabalho, mas os que vi tão valendo a correria.
Mais animado do que nunca. Ou serei eu que estou animadíssima ? Caso você um dia tenha a oportunidade de ver um longa chamado "Mercano- o marciano" se entregue. DEMAIIISSSSS !!! Traço, humor, som, tudo... É a Argentina mostrando que balança, mas não cai. Não vou conseguir ver muitos filmes por causa do trabalho, mas os que vi tão valendo a correria.
22 julho 2003
E hoje, uma salva de palmas de parabéns, pelo aniversário da minha primeira menstruação. Faz 20 anos que eu menstruo, o que quer dizer que tenho pouco tempo de vida fértil pela frente. Por um lado pode ser traumático, mas por outro é como a tão sonhada aposentadoria que se aproxima. Imagina como deve ser incrível, parar de pensar no calendário, como três semanas sim e uma não. Delírio !!!
Agradeço também à tecnologia que inventou essa chuva de marcas e modelos de absorventes que torna a nossa vida menos cruel.
Em pensar que eu conheci um bom número de "senhouras" que usavam "toalhinhas" como companheiras dos dias de inundação.
Que venha o novo !!! Sempre !!!
Eu sou, eu sou, eu sou !!!
Eu sou neguinha
Eu tava encostada ali, minha guitarra
No quadrado branco-vídeo-papelão
Eu era o enigma, uma interrogação
Olha que coisa mais
Que coisa à toa, boa boa boa boa
Eu tava com graça...
Tava por acaso ali , não era nada
Bunda de mulata, muque de peão
Tava em Madureira, tava na Bahia
No Beaubourg, no Bronx, no Brás
E eu e eu e eu e eu
A me perguntar:
Eu sou neguinha?
Era uma mensagem
Parece bobagem mas não era não
Eu não decifrava, eu não conseguia
Mas aquilo ia e eu ia e eu ia e eu ia e eu ia
Eu me perguntava:
Era uma gesto hippie, um desenho estranho
Homens trabalhando, pare, contramão
E era uma alegria, era uma esperança
E era dança e dança ou não ou não ou não
Tava perguntando:
Eu sou neguinha?
Eu sou neguinha?
Eu sou neguinha?
Eu tava rezando ali completamente
Um crente, uma lente, era uma visão
Totalmente terceiro sexo
Totalmente terceiro mundo
Terceiro milênio
Carne nua nua nua nua nua
Era tão gozado
Era um trio elétrico, era fantasia
Escola de samba na televisão
Cruz no fim túnel, becos sem saída
E eu era a saída, melodia, meio - dia dia
Dia dia
Era o que eu dizia eu sou neguinha
Mas e outras coisas via um moço forte
E a mulher macia dentro da escuridão
Via o que é visivel, via o que não via
E o que a poesia e a profecia não tem mais vez
É o que parecia
que as coisas acontecem
Coisas supreendentes
Fatalmente erram, acham solução
E que o mesmo ciclo que eu tento ler e ser
É apenas o possivel ou o impossivel em mim em mim em mim
e a pergunta vinha :
Eu sou neguinha?
Eu sou neguinha?
Eu sou neguinha?
Caetano Veloso
Eu sou neguinha
Eu tava encostada ali, minha guitarra
No quadrado branco-vídeo-papelão
Eu era o enigma, uma interrogação
Olha que coisa mais
Que coisa à toa, boa boa boa boa
Eu tava com graça...
Tava por acaso ali , não era nada
Bunda de mulata, muque de peão
Tava em Madureira, tava na Bahia
No Beaubourg, no Bronx, no Brás
E eu e eu e eu e eu
A me perguntar:
Eu sou neguinha?
Era uma mensagem
Parece bobagem mas não era não
Eu não decifrava, eu não conseguia
Mas aquilo ia e eu ia e eu ia e eu ia e eu ia
Eu me perguntava:
Era uma gesto hippie, um desenho estranho
Homens trabalhando, pare, contramão
E era uma alegria, era uma esperança
E era dança e dança ou não ou não ou não
Tava perguntando:
Eu sou neguinha?
Eu sou neguinha?
Eu sou neguinha?
Eu tava rezando ali completamente
Um crente, uma lente, era uma visão
Totalmente terceiro sexo
Totalmente terceiro mundo
Terceiro milênio
Carne nua nua nua nua nua
Era tão gozado
Era um trio elétrico, era fantasia
Escola de samba na televisão
Cruz no fim túnel, becos sem saída
E eu era a saída, melodia, meio - dia dia
Dia dia
Era o que eu dizia eu sou neguinha
Mas e outras coisas via um moço forte
E a mulher macia dentro da escuridão
Via o que é visivel, via o que não via
E o que a poesia e a profecia não tem mais vez
É o que parecia
que as coisas acontecem
Coisas supreendentes
Fatalmente erram, acham solução
E que o mesmo ciclo que eu tento ler e ser
É apenas o possivel ou o impossivel em mim em mim em mim
e a pergunta vinha :
Eu sou neguinha?
Eu sou neguinha?
Eu sou neguinha?
Caetano Veloso
Claudinha minha flor, perdoa sua nêga que está aqui, publicamente ajoelhada, sonhando com clemência. Sei que tem uns seis meses de história pra pôr em dia, mas o importante eu resumo. Tá tudo cérrrrto, bisssscoito !!! Muito trampo, uma máquina na mão, um monte de idéias na cabeça e jogando juízo de balde pela janela do quinto andar.
Essa semana people : Anima Mundi. Imperdível !!! Quem quiser enfrentar a Maratona em minha singela companhia, é só me mandar um emailzinho pro endereço aí dos contatos.
No ano passado, estava desempregada e consegui ver trocentos filmes, esse ano só vai dar pra pegar os noturnos, mas já tá de bom tamanho... Rambóra meu povo...
No ano passado, estava desempregada e consegui ver trocentos filmes, esse ano só vai dar pra pegar os noturnos, mas já tá de bom tamanho... Rambóra meu povo...
Andei por aí, olhando muito mais que falando ou ouvindo, e tô voltando pra casa, cheia de flores, junto com a Primavera... Veja o que os meus olhos andaram vendo:aqui.
21 julho 2003
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