11 novembro 2003



Com o calor, volta pra dentro de mim, um riso farto, uma volúpia, um desejo de sei lá o quê bem gostoso, uma folia, uma pornografia, um fogo nas ventas, uma frevioca, uma paixonite, uma tesão descontrolada. Uma orgia.
Se morasse no Rio ou na Bahia, eu seria um atentado ao pudor.
Nesta "terra friorenta" alguma coisa ainda me controla. Mas o verão não tarda, atentem pois de hora pra outra, posso me tornar uma lenda urbana !!!
Orelhão

Que atire a primeira pedra, quem nunca ficou com a orelha encaixada em plena conversa alheia. No meu caso, encaixei logo a cara inteira. Comecei prestar atenção, porque um moço desabafava com um amigo as mazelas de sua vida. O interessante é que ele descrevia fatos absurdamente iguais aos da MINHA vida. Irritantemente iguais. Eram minhas, as palavras saídas da boca do rapaz. Me aproximei para ouvir melhor. Ficamos lado a lado. E a cada cena fui ficando mais angustiada... Será que minha vida é tão comum a ponto de ser vivida por outra pessoa ? E meus argumentos ? Mas o mais interessante, foi observar as reações, que eu julgava tão femininas, vindas de um rapagão. Ele pensa como eu. Eu sinto como ele. Irresistível, me intrometi. Pedi desculpas pela indiscrição, e me enfiei no meio da conversa. Que maluquice. Trocamos comentários, discutimos experiências e quando nos despedimos, saí rindo sozinha... Meus monstros cabeludos não são só meus, são como os gatos que se dividem para vários donos. Bom saber, não perco mais tempo alimentando-os...