Que vento é esse que assanha as meninas ? Que graça é essa ? Pouco importa o nome ou onde é que ela mora, pois mora dentro dela um mundo. Meninas daqui, meninas de lá, trazem no peito esse sonho de príncipe, esse molejo maroto, esse mistério de ser. Gaia. Criatura que gera. Coração onde entram tantos que não se pode contar. Tantos desejos. Tanta força. Fada cabocla.
Morrerei menina. Salve Mãe Menininha !
Toca na minha alma um chorinho dançante na voz de Ademilde Fonseca. E meus pés sambam miúdo, meus olhos correm o mundo e meu nariz fareja incessante. Essa memória de desassossego. Maliciosa. Espio de espreita. Assopro o morninho.
Os meninos me olham de longe, pareço esquisita. Mas gosto. Sou diferente, assim assim.
Trago na ponta da língua as histórias que já vivi e sei que as bruxas existem. Monstros não.
Não acredito mais neles. Sapos, beijo todos, quem sabe algum desvira. Gosto de sonhar caindo ou voando, dizem que é quando a gente tá crescendo. E brinco horas na frente do espelho me virando rapidinho em todas aquelas que trago por dentro. E trago tantas que as vezes me atrapalho. Mas brinco de esquecer, de só lembrar do que é bom, de achar que todo mundo é legal e que quando amanhecer amanhã vai estar sol e vou poder correr descalça, tomar banho de mangueira e brincar de ciranda até a vida apagar.
"Dentro da menina, a menina dança, e dentro da menina, a menina dança, até o sol raiar..."
Novos Baianos
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