Careca
Esse desejo de mudança sempre me empurra quando chega o verão.Essa agonia na alma, esse vapor quente, esse cio. Se no espelho minha cara é a mesma, um ácido me corrói. É necessário e imperativo mudar a imagem que me sorri no porta retrato.Se não o faço, é como se a vida fosse se gastando. Enfim, vou cedendo a bolinação, e deixo o óbvio me levar pras mãos de Dandara. Neste verão mudei de novo. Com o cabelo sempre faço como os marinheiros cuidando da embarcação: tiro as cracas. Passei a máquina.
Moicana.
Até penso melhor.
Uma leveza, uma ternura ao receber aqueles olhares tão assustados que pousam sobre a minha figura.
Me vejo velhinha, provocação e riso.
Viver é cinema. E adoro cuidar de tudo, cena a cena.
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