25 agosto 2007

A solidão e a musiquinha



A vida na Babilônia é marcada pela rotina.
Todas as manhãs, mesma coisa, acordo atrasada, café no botequim, comenta-se o futebol, correria pra pegar o trem, e dentro dele é o mais do mesmo: a solidão e a musiquinha.
Pra onde você olhar verá: pessoas e seus players. CD, mp3, radinho de pilha, cada qual com seus fones de ouvido e seus misteriosos semblantes. O retrato 3X4 da metrópole insensível.
Ninguém ouve ninguém, ninguém tem noção do espaço público, pouco importa se quem senta ao seu lado é um elefante cor-de-rosa.
Cada um se dispersa em sua própria trilha sonora. Celulares tocam e ninguém atende, o condutor anuncia as estações para ninguém, os vendedores esfregam a mercadoria em seu corpo tentando buscar um desejo perdido. Nada, só o silêncio de cada um no seu som.
Estranho viver aqui...
Posso cantar tranquila, o máximo que estranham é alguém que move os lábios com tamanha volúpia...

6 comentários:

Unknown disse...

mas eu sei ler lábios...

symon days disse...

Tudo bem Gabis, o máximo que rolaria é vc cantarolar comigo, hehehehe...

Anônimo disse...

É pequena...
Sabe que eu identifico um paulistano só de ver "o tipo" com um desses aparelhinhos!
Beijos
Beto

RUBENS disse...

Nos seis anos que vivi neste delicioso hospício o que mais me angustiava era ver pessoas que jamais veria outra vez, a não ser uma enorme coincidência do destino.

Ricardo Soares disse...

deliciosamente criativo seu blog...ando peneirando e as vezes achando
bj
ricardo

Ricardo Soares disse...

ora essa... pode ser no meu blog e no seu... o importante é que nos achamos... apareça sempre
besos