19 janeiro 2008

A febre Blythe



Acalme-se caro leitor, não se trata de um novo vírus ou de uma nova forma de febre amarela que anda chateando nosso país.
Também não é como diria minha Creoula : "uma dominação satânica"...
Blythe é uma boneca.
Mas também não é uma "simples boneca"...
A bonita nasceu como eu lá pelos idos de 70 e foi rejeitada por ter um visual digamos "estranho".
Vinte tantos anos depois foi relançada e virou uma coqueluche entre os fãs de toy art e fashionets em geral.
Agora o delírio rodou o planeta e somos algumas milhares de pessoas se contorcendo e gastando até os últimos tostões nessa deliciosa agonia.
Eu definiria esse "sentimento" como o de ter uma tatuagem: dói, custa caro, mas depois da primeira dificilmente você quer parar.
É uma inquietação !
Parece que é um hobby destes tempos viver outras vidas, seja criando fakes no Orkut, encarnando outras pessoas no Second Life ou se transformando numa boneca de corpo incrível, cabeça enorme e olhos enigmáticos.
Eu me permito.
Sou deste tempo.
Só não tentei o Second Life, pois sou compulsiva e corro riscos de ser tragada pra dentro do computador.
Mas surfei a onda Blythe de peito aberto.
Junta várias coisas incríveis: meu amor pela fotografia (não basta ter a boneca é preciso fotografá-la e compartilhar a alegria com outras malucas de todo o planeta), minha paixão pelos trabalhos manuais (confeccionar roupas, transformar a boneca no visual desejado, construir cenários, etc), e fazer amigos na rede ( sempre tem um doido que sofre do mesmo mal que você, e esta relação é tão sadia, hehehehe...) e também a oportunidade de brincar de novo, sempre curti minhas bonecas e acho que hoje tenho uma consciência maior disto.
Quando pequena, minha pluralidade não deixava eu decidir se gostava mais das coisas dos meninos ou das meninas e eu me bipartia.
Hoje busco a feminilidade perdida e acho um barato brincar de boneca.
Eu disse barato ???
Devo estar louca, pois não é nada barato este hobby.
Minha filhota (que por enquanto é única mas já sabe que mamãe encomendou uma irmãzinha) custou a bagatela de 125 dólares, e cada coisinha a mais uma roupinha, um óculos, um sapatinho, vai aumentando mais e mais essa continha.
Sem contar que quase tudo vem do Japão, da China, Hong Kong, e as tarifas de envio são de fazer chorar.
Fora a polêmica da espera da liberação pela alfândega que é de fazer uma compulsiva morrer e ressucitar umas dez vezes...
Mas tem o lado bom, meu inglês tá em exercício constante (quase todas as informações estão fora do Brasil, e as negociações são feitas pelo Ebay ), estou cultivando o hábito da paciência, e a criatividade está a todo vapor...
Pra ver as fotos das Blythes do Brasil : clica aqui
Pra ver todos os modelos que existem: aqui
Pra saber tudo sobre as bonitas ( em inglês): aqui
Pra ver Aracy, minha filha linda de morrer : aqui.

Baba baby , baba...

Um comentário:

Anônimo disse...

a, a Aracy é linda, mas na primeira foto do flickr ela está parecendo o Chucky. xD