Anonimato

Essa coisa de totalmente anônimo, me desperta um certo fetiche. Fui na festinha dos mascarados na sexta-feira, e confesso, tava gostando do brinquedo. Me incomodou um pouco o fato da máscara destacar os olhos, pois no meu caso isso não é nada interessante... Tenhos olhos enormes, e destacá-los é gritar pelo óbvio ululante.
Pois bem, passados os 30 primeiros segundos já havia esquecido este detalhe e remexia as cadeiras nalgum ponto da muvuca.
Dançar é como uma digital, identifica. Então me concentrei em ver quem fazia os movimentos que mais atraíam os meus feromônios...
Teve uma traseira masculina que valsou com a minha, foi tão engraçado e criativo que não contive a gargalhada, e ganhei um sorriso mascarado vitorioso.
Não o reconheceria um minuto após o fato.
Mas houve uma boca que observei atentamente. Sou capaz de mapeá-la. Parecia a boca de um dos meus amigos, um vocalista de uma banda punk que também é um guarda-parques, Marko.
Reconheceria aquele sorriso no meio de um bilhão de pessoas.
Na manhã seguinte, passeio na feira, caldo de cana, pastel, fotos de todas as frutas, e a esta altura nossas máscaras caíram e já éramos os cara-inchadas-amanhecidas-pós-baladas de sempre.
Maurício , um típico baiano-fótógênico-bemhumorado-genteboa, conversando comigo dois dias após o amanhecer na feira me diz: achei muito bonitinhas as sardas no seu rosto!!! Eu, com meus botões, rio.
- Que foi ???
Nada meu bem, fora o fato de eu não ter sardas. Mas se você gostou, tá ótimo !!!
Ahhhh o anonimato, sua aura misteriosa nos envolve mesmo quando o real insiste em ficar...
Adoro o anonimato, heheheheheh !!!