é só tinha de ser com você...

É comovente ver a mudança de ritmo que se instala no meu corpo quando a vejo: A mar.
Aceito ela fêmea, pois como dizia Zé Maria, ela envolve, ela abraça, ela tranquiliza, é como um seio de mãe, um afago de mulher quando ama, é quase um útero grávido...
Mar é fêmea assim como a leite...
Coisas de Zé que ninguém consegue me tirar...
Estou à beira mar, e já me percebo rebolando com uma malemolência baiana, uma manha na fala, uma respiração pausada, uma ginga... Saudades que eu tava da pretinha que sou...
Chove toda hora, como se a naturaleza lavasse todo dia um pouquinho a escadaria do meu Bom-fim de 2006...
Tomo toda a chuva que posso, bebo em pequenos goles esse prazer de estar assim: soltinha !!!
Pelo jeito vou esperar 2007 sozinha. E tô vendo isso com uma beleza de superação.
Consegui deixar o ninho onde me agarrei nos últimos seis anos.
Acho que já tô mocinha!!!
Passeio pela rua cantando canções de hoje, alguns passantes comentam minha alegria...
Ahhh 2006, só tenho agradeceres!!!
Não cumpri a promessa de 2006, aprender dançar, assim como também não cumpri a de 2005 que era a manutenção do meu Inglês tacanho. Quem sabe se em 2007 eu aceite que virei uma "senhora"?
Tchutchuca, mas senhora...
Huahuáhuáhuáhuá, essa promessa vai ser dura de cumprir...
Os desejos, os pedidos a serem feitos na hora H: quero continuar o passeio em busca da leveza !
Já dizia o Poetinha: "É melhor ser alegre que ser triste, alegria é a melhor coisa que existe é assim como a luz no coração...", e como eu não vou virar compositora de sambas ainda, manda a tristeza pra lá, quero nem cheiro !!!
Ficamos assim, vou vivendo minha ginga praiêra, devorando meu verão que será curto, brindando champagne com o estranho que passa e tatuando na testa os versos de Dominguinhos:

" Amigos a gente encontra
O mundo não é só aqui
Repare naquela estrada
que distância nos levará
As coisas que eu tenho aqui
na certa terei por lá
segredos de um caminhão
fronteiras por desvendar
não diga que eu me perdi
não mande me procurar
cidades que eu nunca vi
são casas e braços a me agasalhar
passar como passam os dias
quando o calendário acabar
eu faço contar o tempo outra vez
Sim,tudo outra vez a passar
Não diga que eu fiquei sozinho
Não mande alguém me acompanhar
Repare a multidão precisa
De alguém mais alto a lhe guiar
Quem me levará sou eu
Quem regressará sou eu
Não diga que eu não levo a guia
De quem souber me amar..."