19 outubro 2007

Nervocalm



O trem encosta na plataforma. O povo enlouquece. É um aperta espreme empurra desnecessário, afinal, é contra-fluxo e nesse horário quem tinha que ir já chegou há séculos...
Espero a multidão saciar sua sede de sentar e entro buscando meu espaço. Embora a temperatura na Babilônia esteja na casa dos 18°C, dentro do vagão tá 15°C.
Céu cinza.
Caras sofridas e sonolentas.
Antes do sinal sonoro anunciar o fechamento das portas adentra a composição um enxame de necessitados, um rapaz sem pernas sentado num skate, um cego cantor, dois repentistas e três camelôs gritando seus chocolates,chicletes e cortadores de unhas.
Anda o trem.
Absolutamente nenhum convite ao olhar, só velhos galpões, lixo e ruínas de um outro tempo.
Friooooooooooo.
Dois conhecidos trocam um bom dia.
Eu sonho com o verão, minha paixonite distante, uma porção de lula e uma skol gelada mesmo sendo apenas 9 da manhã.
Não há como fugir. Apelo grandão. Me entrego à musiquinha pois o game do celular acabaria por me implodir.Troco a microscópica pilha, aperto o ON e tufffffffffff:
Bem vindo ao planeta calmante !

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