30 março 2011

Quanto tempo dura o amor...














29 de Março do ano de 2001
Neste dia eu tive a certeza, sim era ele, o tal amor.
"Ele é meu chão." "Ela é meu céu!"
Não sei explicar como, mas desde o instante em que botei meus olhos naquela criatura, o universo se encaixou numa equação matemática tão simples e tão clara que entendi perfeitamente o sentido de tudo.
Meu amigo Zé Maria diria ser o universo em contração máxima, tudo compactado ao extremo inimaginável, naquele exato instante onde tudo o que há se funde em si, e eu , e você, o universo, o amor , o ódio, o tudo e o nada são parte de uma mesmíssima coisa.
Naquele momento eu descobri o inteiro.
Como pode ser isto?
Como é que se olha pra cara de alguém que vem vindo na rua e se sabe:é ele.
Eu soube.
Meu racionalismo dá triplos carpados mortais de costas e não consegue explicar.
É claro que vivi este amor com a intensidade dos insanos. Não deixei escapar um único segundo daquela orgia sensorial. Experimentei tudo. Aquele toque, aquele cheiro, aquela temperatura, sabor, silêncio, presença, saudade, ciúme, som, ausência, suor, curiosidade, humor, história, dúvidas, alegria e fetiche. Tudo.
Eu que nunca tive cercas nem portas, me explodi em mim de tão repleta.
Virei planície.
E como foi bom.
Big Bang-se Symon!
Dez anos.
Tudo que há tende ao equilíbrio!
Depois da explosão a tendência é que a poeira assente.
Sou Terra. Posso ser fértil, seca, dura, quente, macia, úmida...
A força que arrasta quando as placas se separam, o jorro da lava, o abrigo, a esperança, e o peso.
Quando o amor me fez dizer "tchau", fui terremoto, fui avalanche, fui erupção e desmoronei.
"Fique feliz por ter vivido esta experiência" dizia ele.
"Sádico", pensava eu .
Dez anos.
Outros amores.
Outros eu.
Outros ele.
Outros nós.
Desato-os com maior habilidade.
Penso que conhecer o tal amor assim de perto seja algo pré destinado.
A duração deste encontro é realmente insignificante.
Poderia ter sido só um flash, ou ter se arrastado por séculos...
O que me intriga é a certeza do reconhecimento naquela mísera fração de segundos em que vi aquela criatura que vinha pela rua...
Eu soube.
E embora a despedida tenha sido também a maior experiência de horror que se possa viver, ser desterrado de sua própria alma, valeu.
Valeu a dor, valeu saber.
Talvez você tivesse mesmo razão: Eu agradeço ter vivido esta experiência !
Dez anos.
O amor continua igual, deve ser atemporal. Deve ser irracional e mesmo assim:eu sei.

Parabéns ao amor !

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