21 agosto 2011

Pequenos momentos ridículos do ser


Quem me conhece sabe, mais que teimosa eu sou obstinada. Não aquela coisa chata de gente que prolonga a discussão até a morte, pior, me calo e volto pra casa com a opinião cravada entre os dentes.
Decidi um dia que queria desenhar,mesmo contra todas as leis do universo que disseram que não fui agraciada com este gene. Faz 41 anos que tento incansavelmente reproduzir no papel aquela coisa que fica encharcando meu cérebro: idéias...
Um dia,quando me ensinaram que os desejos têm poder, imediatamente desejei descobrir a identidade do meu traço, algo que me possibilitasse dar face aqueles zilhões de personagens que vivem vida paralela na dimensão do meu imaginário. Aceitei a proposta de que desenho é treino e gastei blocos e blocos de papel rabiscando pra ver se dava a luz a algum ser. Obedeci quando me mandaram procurar uma escola, se somadas todas as horas de banquinho e mãos à obra dariam mais que um bacherelado em Belas Artes.
Mas foi apenas ontem, que me ajoelhei e chorei por 10 segundos consecutivos, dando graças aos céus por conseguir fazer um esboço infantil, entretanto tem algo MEU. Pela primeira vez em 41 anos eu produzo um esboço que eu reconheço com a legítima  marca SYMONDAYS.
Certamente daqui algum tempo, olharei meu desenho com galhofa e darei boas gargalhadas, mas neste momento sem o menor pudor desta ingenuidade estou cheia de orgulho!
Na certa chegarei aos 80 amando meus rabiscos, e como criança deixarei as pessoas desesperadas por insistir em adornar paredes e movéis por onde quer que eu passe.
Por hoje, agradeço o retorno do poder do desejo e aos céus que me implantaram o chip do não desistir antes de conseguir.
Ah e também muito obrigado por esta enorme capacidade de expor meus pequenos momentos ridículos sem nenhuma vergonha, pelo contrário, com a alegria daquela menina que ganha sua primeira caixa de lápis com seis cores.

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