Os passeios escolares sempre foram motivo de muita tensão.
O pai que sonhava impor poder ditatorial, aproveitava destas
oportunidades para ameaçar exercer o veto. E muitas vezes vetava mesmo,
só por pirraça...
O melhor seria não ter expectativas. Assim doeria menos.
Mas desta vez a tão sonhada assinatura no papel de autorização foi dada.
O destino seria um museu.
Nem sabia direito o que aquilo significava...
Todo mundo no ônibus, a bagunça, mil gritinhos de euforia e ops já chegou.
Uma casa muito antiga, piso de tábua de madeira corrida, um cheiro
estranho de livro velho, um salão gigantesco cheio de estátuas brancas.
O guia explicava que eram imitações, pois as de verdade eram feitas de pedra.
Podia por a mão.
E eu, ao tocar aquilo, senti tesão e vontade de chorar.
Fiquei assustada.
As crianças se encantavam pelas histórias dos deuses gregos, e eu
tocava escondido as dobras dos tecidos, os cachos dos cabelos...
E quando vi gigante um Davi com a atiradeira e o descomunal Golias fiquei prostrada de joelhos.
Prazer Dona ARTE.
Embasbaquei-me para todo sempre.
Funcionou, estava SENSIBILIZADA.
Na madrugada 04/02/2014, num incêndio, queimou-se parte da minha história, e um lindo acervo desta cidade.
Sinto como se queimasse a memória da minha primeira vez.
Doeu muito. Sinto por nós Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário