31 maio 2004



A Rede

Como boa genéticamente-baiana que sou, é na rede que tenho feito tudo.
No balanço desses bytes, embalada por uma banda larga, tenho visto a vida passar. Nos dois últimos meses, só tenho existido virtualmente.
Na rede escolho o jantar, falo com amigos, rogo praga nos inimigos (hahaha, brincadeira), estudo, trabalho, e o mais perigoso: me apaixono...
Esse calor vitrificado, essa perturbação on line, esse desassossego conectado à alma...
Esses romances de curta duração, essa alegria platônica, essas pílulas de vitaminas para o ego, tem um efeito bombástico. Viciam. E essa louquinha tem tão baixa resistência...
Posso até sentir uma brisa a cada comentário, vejo o mar ao fundo quando chega um email, e a cada conversa mais longa, me encanto com o por do sol. E aqui fora como fica ? Pois é...
Tomei uma sapatada de uma amiga que me jogou na água fria. Pare já.
Sou moça obediente. Daqui pra paranóia é um pulo. Então vou entrar no processo de desintoxicação.
Mas quanta saudade vou sentir dos ares perfumados de noites passadas em tão doce companhia...

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