14 novembro 2005



Manderlay - Lars Von Trier

Ok, eu confesso.
"Por fora bela viola, por dentro pão bolorento".
Sim, sou essa criatura bruta só pra quem vê a olho nu. Trago aqui dentro uma tola cuja inocência faz rir qualquer pessoa normal.
Acredito. Fazer o quê ? Sou assim, acredito e pronto .
Adoro acreditar no amor, no bem, na transformação, no destino, no sonho, portanto a coisa mais normal do mundo é o estilhaçar da minha cara no encontro com a parede. Ela sempre vem, e eu não aprendo. Sigo acreditando...
Ontem vi Manderlay, o segundo da trilogia de Lars, e tomei uma porretada tão grande na cabeça que estou tonta até agora. No primeiro "DogVille", eu critiquei tanto o personagem Grace, e agora me vejo encarnada nesta segunda fase.
De onde virá esta tola ilusão de que podemos mudar o mundo ???
Isso me persegue desde o berço. E não parei até agora. Sigo diariamente remando contra a maré, matando um leão por dia, na certeza de que se eu parar a coisa despenca de vez.
Ilusão !
Alguém sabe uma vacina contra ilusão ?
Se não tem cura, não seria o caso me sacrificar, para que eu não vá dia após dia me destruindo, me despedaçando sem esperanças de melhora ?
Entreguei meus melhores momentos, meu bem mais precioso, e minha alegria de viver em diferentes mãos, mas em todas as testas vinham gravadas a mesma palavra ILUSÃO.
Sigo acreditando.
Se me encontrar não vacile, me acorde!

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