Bonecos, Pipas e Beijos

Portinari

Entrar e sair de portais mágicos. A re-inserção.
Depois de um bye-bye à Terra do Nunca, voltar à Babilônia é sempre algo difícil.
Baiana na Babilônia, sofrendo o processo de aceleração.
Levei um dia até entender o retorno, daí por diante é encarar os fatos.
A parte boa, o pedido: fazer um boneco para o Pacha.
Adoro brincar !!!
Fui visitar a família afinal tava fora há pelo menos vinte dias. Por acaso, encontrei meu progenitor oficial, e nos embrenhamos em mais um daqueles diálogos sem pé nem cabeça, onde ele me afoga em gírias da malandragem e eu saio sem saber onde é que ele queria chegar. No final ele pede um abraço, chora, fala meia dúzia de frases mil vezes repetidas, me dá um beijo e diz que me ama.
Putz, como demorou pra ele entender!!!
Mas enfim, um problema a menos na vida!!!
Como durante a vida toda, na casa da minha vó sempre alguém hospedado traz ares de novidade. Guilherme, 5 anos, de férias, e com um pipa pra lá de estourado...
Preparamos cola de arroz cozido, fizemos uns remendos no pipa e passamos o final da tarde correndo feito dois loucos tentando colocar o pipa no ar, sem um único sopro de brisa...
Uma moça que passa na rua fala pro filho :
Tá vendo Déco, o menininho brinca com a mãe, ó que legal !!!
Minha mãe e meu pai, observam seu pequeno rebento de 36 anos, se descabelando no meio de uma turminha de meninos que se juntou pra fazer uma rabiola digna para um pipa-peixinho...
Crescer?
Eu?
Vou sim.
Um dia.