20 outubro 2008
Cinema
foto:Acervo Vera cruz
Sei que não é uma brincadeira exclusivamente minha, conheço um monte de gente que brinca também, mas com certeza é uma das minhas favoritas.
De verdade nem encaro como brincadeira, me permito a pensar que é mesmo real, e me divirto.
Imagino que há uma câmera filmando a história de cada um de nós.
No meu filme, chego a fazer direção de fotografia, figurino, me preocupo com continuismo, contra-regra, trilha sonora...
Admiro embasbacada cada cena, cada enquadramento...
O cenário eu só aprecio, só posso interferir no da casa da mocinha, hehehehehe...
Mas por estas coisas da vida vim morar num cenário de beleza incontestável.
Mudou tudo, o enredo, a personalidade da personagem central e a velocidade das coisas...
Tudo é contemplação, virou quase um documentário.
Meu olhar agora anda grudado numa lente macro.
Quero ver quase por dentro de tão perto, tudo, gente, bicho, pedra, flor.
foto:Symon Days
Virei o personagem de um documentário sobre as belezas de um lugar abençoado pela natureza e com aspectos antropológicos pra lá de intrigantes.
Na semana passada teve o 1º Festival de Cinema Internacional daqui. Iniciativa bacana, filmes bem selecionados, tenda climatizada montada na praça principal e tudo gratuito.
Minha mente com ranço babilônico pensou: Vixe, vai lotar !
Uma voz tranquila e experiente me disse: Vai nada !
Tinha razão. Assisti todas as sessões que desejei, sem fila, sem tumulto e melhor, sem gastar um tostão.
Mas o melhor de tudo foi ver “por dentro” o cinema da cidade, que está fechado há quarenta anos. Aqui as reformas custam sair pois por serem patrimônios históricos, existe um cuidadoso trabalho de restauração.
Que lindo é o cinema daqui, suas paredes estão sem a massa deixando expostos os tijolos originais, o que dá ao local um aconchego de casa de fazenda, chorei quando vi.
O chão apenas cimentado, os bancos colocados apenas para o evento poderiam ficar assim como estavam para sempre. Confortável e informal, ameiiiii!!!
foto:Symon Days
As caras que rondavam pelo evento, como sempre, era na sua grande maioria de turistas.
Isto me assusta:
os moradores não tem o hábito de desfrutar de toda oferta de coisas que há por aqui.
No sábado do festival onde estava a galera da faixa etária dos 15 aos 25 anos?
No baile funk, é claro.
30 mil habitantes, uma sala de 300 lugares, filme brasileiro bom e gratuito e onde estão os jovens, no baile funk.
Valha-me Deus ! Educai-nos ó pai !
Mas enquanto esperávamos o milagre, eu e mais 299, dentre eles o Príncipe Legítimo (que também tem sua casinha por aqui...) desfrutamos da oportunidade que nos foi dada.
E paralelamente eu estrelando meu documentário pessoal:
• sentei atrás do Príncipe Gato, ouvi seus comentários a um amigo ao sair da sessão:
” Nossa nunca vi tanta mulher dentro de uma sala de cinema !!!”
Huahuahuahua, não nega a genética nem a História!!!
• comi um lanche, peguei minha bike, e lá fui em direção à roça, passei em frente ao baile funk que bombava e aumentei o número de questionamentos dentro da minha cabecinha:
Será que ao menos a Lua Cheia eles enxergam?
foto:Symon Days
Veículo Pernamotor
Foto:Symon Days
Nos meus tempos de Babilônia, uma das coisas que mais me estressavam era o tal sistema de transportes.
Pra trabalhar enfrentava diariamente aquele trem que me deixava maluca, na balada ônibus só até a meia noite, metrô cada vez mais inviável, ou seja, você é obrigado a se matar de trabalhar para comprar uma “família”.
Sim, isso mesmo, porque a partir do ato da compra você adquire uma boca a mais pra sustentar: IPVA, seguro, estacionamento,combustível... E trânsito, congestionamento, doidos violentos, afff vejo uma gastrite descontrolada correndo em minha direção.
Pois é, nada fácil a vida dos Babilônicos !!!
Já aqui no Balneário Brasil Colônia tudo é diferente...
Existem duas condições: dentro e fora da cidade.
Podemos enquadrar como dentro: perímetro urbano, zona rural do outro lado da rodovia e seus arredores. E o fora: localidades as margens da rodovia, e obviamente as cidades próximas.
Para a grande maioria dos habitantes do “dentro”, o grande meio de transporte é o democrático “veículo pernamotor”, e isto é uma maravilha !
Aqui os bebês já saem da maternidade sobre duas rodas e com uma brisa marinha deliciosa soprando em seus rostinhos. Gente de todo tipo criança,velho,gordo, magro, ricos e pobres, uniforme ou traje de banho, todo mundo pedalando...
Ainda me emociono ao olhar o balé silencioso. Ninguém buzina, ninguém corre, só aquela cadência deslizante de quem sabe pra onde vai, e não tem pressa!
Dia de chuva é lindo, pra todo lado guarda chuvas sobre duas rodas, acho engraçado como uma imagem tão inocente me provoque tamanha excitação!
Foto:Symon Days
A cidade possui duas ciclovias, uma no centro beira-rio, boa para passeio, e outra que dá acesso a zona rural , ou seja meu caminho para casa, 3km de pura alegria de viver.
Foto:Symon Days
Fazenda de gado, mata, passarinhos, árvores de flor. Ando apaixonada por cada centímetro deste chão. Faz parte da “Estrada Real”, por onde se fazia o transporte do ouro das Minas Gerais até o mar. Tudo bem conservadinho, faxina quinzenal, embora os amantes da sujeira continuem a deixar seus rastros.
Foto:Symon Days
Eu ouço sempre a trilha sonora de Luiz Gonzaga a cantar “Estrada de Canindé”:
“Mas o pobre vê nas estradas o orvalho beijando a flor
Vê de perto o galo Campina que quando canta muda de cor
vai molhando o pé nos riachos de água fresca, nosso senhor
vai olhando coisa a grané, coisa qui pra modi vê
o cristão tem que andar a pé...”
(ou de bike...)
Foto:Symon Days
Atualmente meu objetivo é conduzir sem o uso das mãos, como alguns malabaristas que vejo passar e daqui algum tempo terei um “ciclocargueiro”, igual ao de uma senhorinha que sempre cruzo na ciclovia.
Um triciclo com carreta adaptada, um luxo !!!
Tive que adapatar minha companheira para esta nova realidade: cestinha e bagageiro são essenciais por aqui pois o fator social também é grande, afinal caronas são comuns e é preciso cuidar do bem-estar e segurança do passageiro.
Só há um probleminha: o lado de fora.
Não me arrisco pedalar na rodovia, existem muitos relatos de acidentes.
Minha praia favorita fica a uns 25 km, sempre uso as vans para chegar lá, mas para outros locais o transporte é escasso, então quando eu conseguir um dinheirinho compro um fusquinha ou uma moto e me torno uma poluidora eventual, porque paixão mesmo eu tenho é na minha “magrela”, que como eu é um escândalo!!!
Foto:Symon Days
01 outubro 2008
Aventuras no BBC – Balneário Brasil Colônia
As muito feministas que me perdoem, mas essa historinha de direitos iguais só veio pra cortar o meu barato.
Eu nasci mesmo é pra ser “do lar”.
Sem patrão, é lógico!
Organizar minhas coisinhas, lavar, cozinhar, limpar, botar até a alma no sol pra ficar com cheirinho de delícia.
Tenho levado vida de princesa: acordo quando desperto, preparo meu desjejum, assisto religiosamente meus amados capítulos de Dragon Ball-Z, trabalho um bocado, almoço, invento coisas, dou meus rolês de bike, banho, jantar, artesanato ou namoro, dormir só quando os olhos desistem ...
Agora tem as aulas de inglês e as noites no CineClube.
Nos finais de semana (sempre chuvosos) muito love e explorações dos mais belos recônditos da paisagem local.
Praia que é bom, até agora nadinha, só para um piquenique semanas atrás...
Adaptada?
95%.
Os últimos cinquinho por cento se dá por conta de uns pequenos e fúteis detalhezinhos:
• Sou invisível ( Afff como é difícil estabelecer relações!)
• Sou fêmea (quando estou acompanhada, as pessoas não me dirigem nem olhar, quem dera um olá)
• Tecnologia (nem telefone, nem internet)
• Prestação de serviços (Esqueça: no Brasil Colônia ninguém sabe o que isso significa, acho que por isso inventaram a Babilônia)
No mais é só isso:
isso:
foto:Marcelo Carmo
e isso:
Casa nova, Vida nova... (ou Minha Vida com os Insetos)
Um longo e gelado inverno...
Encaixota, guarda, empacota, etiqueta, identifica.
Tudo num caminhão, 350 km depois, identifica, desempacota, desencaixota, monta, limpa, guarda.
Resumindo, um bocado de tempo sem grandes emoções...
Os barulhos novos, os novos cheiros e aquele intervalo que o corpo precisa até assentar na toca nova.
Claro que comparações são inevitáveis, afinal saí do miolo do coração da Babilônia e fui me entocar na zona rural do Balneário Brasil Colônia.
O ar cheira mar, mesmo aqui no meio da mata.
Uma das primeiras grandes surpresas foi poder ouvir o silêncio em toda sua profundidade.
O volume da tv abandonou a casa 20 e agora repousa feliz na cota 8.
Huahuahuahuahuahua, Babilônicos uní-vos, tratem urgente de canonizar algum santo protetor auricular.
Falar do cricricri dos grilos seria o óbvio ululante, mas o que impressiona mesmo é o duelo noturno incrível entre enormes tribos de galos e cães.
Quem foi que disse que os galos cantam de madrugada?
Aqui cantam o dia inteirinho, festeiros estes galos beira-mar.
Mas o grande encontro marcante foi com o incrível Planeta Inseto.
Já teve de tudo: pernilongo do tamanho de uma chave, besouros de todas as castas,percevejos, baratas, formigas, moscas de todas as cores, pulgas, aranhas e carrapatos.
Dizendo assim pode parecer assustador, mas para uma bióloga com mania de fotografia é um vício.
Deixo o serviço doméstico e fico lá dando close-ups nos bichinhos pop-stars.
Existem momentos em que tenho plena certeza de que morri e fui pro céu.
Como eu sei ? Agora eu tenho QUINTAL: com grama de verdade, plantas de verdade, flores de verdade, um gato de verdade, passarinhos e borboletas legítimos e esvoaçantes.
É ou não é o céu?
Dureza agora é essa deslumbrada conseguir manter o foco, lembrar que trabalhar é preciso e tratar urgente de arranjar um ganha pão, mesmo porque o céu é bom mas tem que haver algum degrau acima senão as almas se acomodam...
Encaixota, guarda, empacota, etiqueta, identifica.
Tudo num caminhão, 350 km depois, identifica, desempacota, desencaixota, monta, limpa, guarda.
Resumindo, um bocado de tempo sem grandes emoções...
Os barulhos novos, os novos cheiros e aquele intervalo que o corpo precisa até assentar na toca nova.
Claro que comparações são inevitáveis, afinal saí do miolo do coração da Babilônia e fui me entocar na zona rural do Balneário Brasil Colônia.
O ar cheira mar, mesmo aqui no meio da mata.
Uma das primeiras grandes surpresas foi poder ouvir o silêncio em toda sua profundidade.
O volume da tv abandonou a casa 20 e agora repousa feliz na cota 8.
Huahuahuahuahuahua, Babilônicos uní-vos, tratem urgente de canonizar algum santo protetor auricular.
Falar do cricricri dos grilos seria o óbvio ululante, mas o que impressiona mesmo é o duelo noturno incrível entre enormes tribos de galos e cães.
Quem foi que disse que os galos cantam de madrugada?
Aqui cantam o dia inteirinho, festeiros estes galos beira-mar.
Mas o grande encontro marcante foi com o incrível Planeta Inseto.
Já teve de tudo: pernilongo do tamanho de uma chave, besouros de todas as castas,percevejos, baratas, formigas, moscas de todas as cores, pulgas, aranhas e carrapatos.
Dizendo assim pode parecer assustador, mas para uma bióloga com mania de fotografia é um vício.
Deixo o serviço doméstico e fico lá dando close-ups nos bichinhos pop-stars.
Existem momentos em que tenho plena certeza de que morri e fui pro céu.
Como eu sei ? Agora eu tenho QUINTAL: com grama de verdade, plantas de verdade, flores de verdade, um gato de verdade, passarinhos e borboletas legítimos e esvoaçantes.
É ou não é o céu?
Dureza agora é essa deslumbrada conseguir manter o foco, lembrar que trabalhar é preciso e tratar urgente de arranjar um ganha pão, mesmo porque o céu é bom mas tem que haver algum degrau acima senão as almas se acomodam...
09 junho 2008
Na parede
Pois é, agora danei a tintá paredes...
Sabadão eu e a Creoula fomos a uma tal oficina de grafiti.Não convém dizer onde pra não afundar com a reputação do tal artista oficineiro.
Na chegada o rapaz metralhou umas perguntas(somente pra nós duas...), coisas tipo: Vocês, estudam artes ? Vocês trabalham com artes ? Vocês gostam de desenho, vocês se interessam por grafiti?
Eu quase botei as mãos pra cima e encostei na parede com as pernas abertas esperando tomar geral... Já fiquei macha...
Creoula achou que foi com a roupa mocinha dela, eu achei que foi com a minha idade...
Depois o moço pegou no meu pé muito, insistindo que eu deveria desenhar conforme a sugestão dele, e eu fingi de morta e fiz do meu jeito. Por fim o cabra perguntou se poderia riscar por cima do meu desenho...
Ahhhhhhhh tem cabimento !!!
Dei oficinas por sete anos. 10 oficinas por semana!!!
Esta coisa tem uma ética!!!
Ensinar a técnica tudo bem, mas interferir no meu traço na na ni na não!!!
Aqui o buraco é mais embaixo...
Mas no final, apertei a válvula, ouvi o tssssssssssss, e meti tinta até escorrer!!!
Perfeição é o escambau, tintarolei minha primeira parede!!!
Ou iééééééé !!!
08 junho 2008
Emocional
A terra gira, a vida passa e a minha continua...
Vivo minha sentença imigrante.
"O Imigrante é sobretudo um forte!"
É preciso ter coragem.
Percebo porque a maioria dos seres "fogem" das mudanças...
É grande a carga emocional.Onde vou viver ? Em que vou trabalhar ? Será que conseguirei ???
Só vivendo pra saber...
Eu tô !
Fase: procurar casa.
Vi algumas, muito preço, pouca casa e localização desesperadora.É difícil!
E a geral em pé, com as mãos pro alto gritando :
Doida, tu é doida, Doida, muito Doida !!!
Que seja, ué, só assim eu sei viver...
Vou de peito aberto !!!
E por falar em peito, tem que ser firme este suporte, pois seu recheio tá craquelado! Eita bicha pra ter talento em se apaixonar pelo cabra errado!!!
Vixe, só vendo !!!
Bode preto enterrado, seco e duro, plantado no pé da cama!!!
Feitiço do forte!!!
Mas quem não pode com mandinga não carrega patuá !!!
E vai brilhar, a estrela guia do meu povo vai brilhar !!!
Um dia pego pela perna esse tal de AMOR ! Sei bem que esse dia chegará .
No mais, se estuda um pouco, se dança um pouco, reza-se muito, e canta-se pra não perder o costume e o timbre:
Valei me Deus
É o fim do nosso amor
Perdoa por favor
Eu sei que o erro aconteceu
Mas não sei o que fez
Tudo mudar de vez
Onde foi que eu errei
Eu só sei que amei
Que amei, que amei, que amei
Será talvez
Que minha ilusão
Foi dar meu coração
Com toda força pra esse moço
Me fazer feliz
E o destino não quis
Me ver como raiz
De uma flor de liz
E foi assim que eu vi
Nosso amor na poeira, poeira
Morto na beleza fria de Maria
E o meu jardim da vida
Ressecou, morreu
Do pé que brotou Maria
Nem margarida nasceu
(Flor de liz - Djavan)
26 maio 2008
Nossos trinta e poucos anos...
ilustra: symon days
Conflitos, conflitos...
Esta semana Guga Kuerten encerra sua carreira em Roland Garros.
Trinta e dois anos.
O corpinho já não é mais o mesmo...
Mas cá entre nós, alguém consegue olhar pro fofo e ver um senhor ?
Pois é...
Tô nessas...
Atolada em frases de minha mãe : "Quem curte muito acaba curtido!!!", "Ó o juízo !!!", "Quando você ficar velha vai lembrar do que eu tô dizendo!!!".
Faz séculos começaram me chamar de "senhora" e comprei o meu primeiro jeans 46.
Ok, que hoje não se pode deixar levar pelos números, afinal tô com uma bermuda 40, abotoada e caindo pois usar cinto em casa é uma bobagem... Sei lá !?!
Não consigo atinar direito com esta casa dos trinta...
Velhinha na balada, piadinhas que só uns raros compreendem, primo da mesma idade que já é avô, e eu aqui jogando tudo pro alto, querendo aprender desenhar pra fazer umas HQs, quem sabe animação, grafitar, aprender surfar, dançar forró, andar de skate...
Ó céus !!!
Serei vítima da Síndrome de Peter Pan ???
Ou sou só mais uma criatura, deste tempo doido, onde quem tem 26 anos ainda é adolescente???
Difícil viu !!!
Um dia você dorme riponga rebelde e no outro acorda com alguém te perguntando "posso ajudar a senhora?".
Affffff !!!
Se é pra ser véioca, tiro logo do baú, uma canção de quando tinha uns 10 aninhos, que me fazia deitar cabelo ao vento...
Impossível não quebrar uma guitarrinha, iéiéié iéiéié...
DJ, mete o play !!!
Bianca - Os Tempos mudaram (o que me importa)
O poder da fibra
ilustra: symon days
Não importa a idade, não importa o sexo, muito menos a religião ou a classe social: todo mundo se preocupa com pelos e cabelos...
É claro que eu também me descabelo com estas questões.
Tenho cabelo liso do tipo "a vaca lambeu" é um saco, lavar a cabeça todos os dias, tingimento desde os quinze anos, milhares de redemoinhos e queda (com direito a tratamento de gelo seco e tudo...).
Já tive piolhos, já fiz permanente, já raspei careca (não pelos pelos piolhos, mas por transgressão), já trancei e já alonguei.
Eita beleza de biografia!
Mas a pior de todas as situações é o OUTONO.
Ah estação ingrata !
Sou como as plantas, conforme diminuem as horas diárias de sol, vou entrando em estado de dormência.
Minhas folhas caem, e caem, caem...
É cabelo por todo lado, tem que limpar a casa todos os dias pois se uma visita chegar, achará na certa que tenho algum urso escondido dentro de casa...
Atreva-se a ficar um único dia sem passar um pano úmido no chão, atreva-se !!!
Já dizia a filósofa Nani: "... Dá uma raiva: você fica com o sujeito, já passou, você nem lembra mais como foi, mas vai fazer faxina um mês depois e você ainda acha o "rastro"...
Aquele maldito pelinho ali entranhado, inconfundível, só provocando suas lembranças antes de ser varrido ".
Eu quem o diga !!!
Se for por aí, deve ter gente lembrando muito de mim, por onde passo tá lá a prova...
Sei nem como é que ainda tenho uns na cabeça.
Todo dia mesma coisa: tira do ralo do banheiro, cuidado na cozinha, inundação na cama e arredores, limpa os pentes pelo amor de deus, pobre lavanderia, a sala e os esconderijos impossíveis, ó céus !!!
No meu paletóóóóóóóó !!!
E acredite se quiser, mesmo com toda essa guerrilha, hoje 30 dias desde a última visita e ainda encontrei algo de dengo por aqui...
Já me levaram dois amigos por causa da inacreditável força desta fibra...
O Índio repetia sempre uma frase que ouviu de seu pai:
"Não há nada neste mundo que seja mais forte do que um pelo de b..... (digamos: pelo pubiano feminino)!
É a mais pura verdade.
Por causa da força deste bendito pelo, o Índio está no Amazonas e o Marcão está em Rondonópolis...
E eu aqui, com os amigos longe, longe...
Carecas, ursos peludos, cacheados, pixains, pouco importa, estamos aí , democraticamente condenados as nossas neuroses cabeludas.
Adoro estar junto do povo!
Mas na boa, sossega pelo !
Ninguém merece !!!!
20 maio 2008
O maravilhoso Bertazzo
foto: Sesc Paraná
O entrevistado da semana do "Roda Viva" foi o inclassificável Ivaldo Bertazzo.
O que me fascina neste sujeito não é apenas o seu dom de perceber o corpo e nos ensinar como ele funciona, mas o seu olhar.
O jeito de Ivaldo de perceber o mundo ao seu redor abre as janelas de minha alma.
Pequenos detalhes que ele nota e me faz filosofar durante tempos.
No programa de hoje ele faz um comentário sobre o corpo da brasileira que estou vibrando até agora. Ele falava sobre os adolescentes e a maneira de movimentar os corpos:
" A menina precisa conquistar a virilha projetada que a dançarina possui.
Chega dessa postura "eguinha pocotó" de virilha escondida e traseiro empinado.
A sexualidade da virilha é reprimida, enquanto o traseiro é ofertado.
Isso não é legal !
Encaixar os pés, projetar a virilha, endireitar a coluna, isso muda tudo!
É a conquista."
"É preciso investir no frontal, naquela que é a primeira imagem, a identidade."
"A bunda é linda, mas é preciso conquistar o mundo de frente!"
"A arte supera nosso instinto de sobrevivência, é ela que nos faz humanos !"
foto:site
Affffffffffff!!!
Sei nem o que dizer...
Bóra ocê também ficar matutando um par de horas...
Mais Ivaldo...
E o Kiko ???
É um tal de :"E o quê, que eu tenho a ver com isso ?" pra lá e "E o quê, que eu tenho a ver com isso ?" pra cá, e no fundo ninguém levanta o traseiro gordo da cadeira.
Pois é, resolvi levantar o meu.
Em tempos de todo mundo desejando segurança no emprego, chutei a minha estabilidade pra bem longe e vou tratar de fazer aquilo que vivo a pregar.
Se na casa do meu ferreiro o espeto ERA de pau, não será mais.
Adeus Babilônia!
Vou morar numa cidade de 30 mil habitantes, construir uma casa "ecológica", plantar parte do alimento que vou consumir, viver com menos e quem sabe melhor.
Quem sabe lá minhas compulsões encontrem rumo e a artista que há em mim tenha mais chance de se manifestar.
Completei 38 anos de idade, se a vida começa aos 40 é bom eu ir ensaiando.
Escreve aí, vou trabalhar com populações carentes em ações de agricultura familiar e eco-cidadania.
Em 2001 quando comecei este blog estava as vésperas de começar no trabalho social, sete anos depois sinto que é hora de subir um degrau.
Sempre preguei o mergulho no desconhecido, a coragem, o ser-fazer.
Amadureci, chegou a minha vez outra vez.
Dinheiro não sei ganhar mesmo, mas sei começar coisas, abrir meus caminhos, tentar "di um tudo", portanto lá vou eu ...
Daqui a sete anos quando eu tiver numa outra fase vocês poderão dizer:
E não é que a doida fez mesmo !!!
"O que eu tenho a ver com isso ?": tenho tudo, tenho muito, sou taurina, tenho a força do trabalho incansável, tenho paciência, tenho teimosia, rumino meu capim quando acabou o pasto.
Se tem um trabalho e alguém precisa fazê-lo: cá estou!
E se eu não conseguir???
Começo de novo, ué !!!
Oxente!!!
Anestesia Geral em dose dupla, na veia, please !!!
Mais de um mês sem escrever, porque de verdade, meu cérebro não tá conseguindo assimilar o cotidiano.
Estou convencida: devo estar doente !!!
Se você conseguiu conviver tranquilamente com o mundo neste último mês eu peço: por favor, me ensina ?
Gente jogando criança pela janela do apartamento, pais que escravizam filhos e netos, monges tibetanos sendo assassinados, milhares de pessoas morrendo de fome após mega-tragédia pois ditador doidão não deixa o socorro entrar, milhares de pessoas soterradas e outras milhões sem eira nem beira, e tem gente preocupada com as Olimpíadas ????
Não rola, não consigo, choro desembestada toda hora que passo na frente da tv, do computador, do rádio...
Ok, que eu acredito que os melhores sobreviverão como diz a lei da natureza, mas acho que precisarei me "Des(sensibilizar)".
Fico feliz quando vejo o planetinha "mandando brasa", provando que também é capaz de reagir, "pediu guerra, tome guerra", mas fico estupefata com a pouca inteligência humana mesmo quando a solução tá bem no "meio de suas fuças" e as criaturas não enxergam...
Confesso, eu achei que estaria imune a tanto sofrimento, mas não estou.
Quando vejo a "bancada ruralista" achando lindo enfiar gado e cana no meio da "falecida floresta amazônica" sinto que teria prazer em vê-los definhando de sede no meio do deserto. Seus eleitores também. Quem vende o voto merece o abraço do capeta.
Mas quando eu vejo criança morrer, ficar orfã, ter que trabalhar pesado daí não aguento.
Estes ainda tem salvação !!!
Corrupção, egoísmo, poder, isso fere mais que lâmina cerâmica e contamina mais que baba de Dragão de Komodo.
Sei que eu serei uma das últimas, sou forte, mas por favor antes de extirparem minha central sensorial, dá-me aí um adianto:
Desce uma dose dupla de anestesia geral sem gelo, por favor, queridão !
16 abril 2008
O preço da cidadania
Na fase de pouco dinheiro, todos nós viramos economistas e contadores pra fazer esticar nossos vinténs...
Ando coberta de dívidas, taxas de juros, e prazos.
Prazos, é aqui que eu quero chegar...
Prazo é igual tempo, e hoje eu contabilizei o tempo que gastei tentando ser uma cidadã que faz.
Pela manhã recebi um jornal com uma imagem assustadora sobre o lixo que paira na órbita da Terra. Publicadas ontem no site da BBC as fotos são da Agência Espacial Européia.
Espia só :
Ok, eu sabia que existia, mas não imaginava que era esse tanto.
Fiquei chocada.
Trabalho com Educação Ambiental, achei que meu papel de cidadã era divulgar.
Gastei 30 minutos do meu dia. Atendi 3 grupos de 20 participantes, 10 minutos para cada.
Diariamente uso transporte público para chegar ao trabalho. Metrô e Trem.
É um ritual: manter a direita, e ao chegar nos bloqueios da estação que dá acesso aos trens, atravessar um "mar de gente", pois o bloqueio da saída está à esquerda.
Final da tarde no meu retorno, procurei a administração da estação para sugerir a inversão dos bloqueios que dispersa o "mar de gente".
Atendimento , preenchimento do formulário, mais 20 minutos.
Ao chegar em casa, correspondência referente à pesquisa de opinião sobre soluções para o transporte público da cidade, um número de telefone para que eu fosse entrevistada:mais vinte minutos.
Agora marca meu relógio 18h 26 min.
Em nome do bem estar pessoal e coletivo gastei 1 hora e 10 minutos do meu dia.
Poderia ser de lazer ou de trabalho. Ambos muito valorosos.
Sim, me sinto feliz por colaborar, mas 1h10m simplesmente pedindo para que as coisas funcionem corretamente é muito tempo.
ÉTICA e CONSCIÊNCIA, poupariam tempo e dinheiro de muita gente, e aumentaria o prazer e bem-estar de muitos.
Será que rezar resolve ????
Ando coberta de dívidas, taxas de juros, e prazos.
Prazos, é aqui que eu quero chegar...
Prazo é igual tempo, e hoje eu contabilizei o tempo que gastei tentando ser uma cidadã que faz.
Pela manhã recebi um jornal com uma imagem assustadora sobre o lixo que paira na órbita da Terra. Publicadas ontem no site da BBC as fotos são da Agência Espacial Européia.
Espia só :
Ok, eu sabia que existia, mas não imaginava que era esse tanto.
Fiquei chocada.
Trabalho com Educação Ambiental, achei que meu papel de cidadã era divulgar.
Gastei 30 minutos do meu dia. Atendi 3 grupos de 20 participantes, 10 minutos para cada.
Diariamente uso transporte público para chegar ao trabalho. Metrô e Trem.
É um ritual: manter a direita, e ao chegar nos bloqueios da estação que dá acesso aos trens, atravessar um "mar de gente", pois o bloqueio da saída está à esquerda.
Final da tarde no meu retorno, procurei a administração da estação para sugerir a inversão dos bloqueios que dispersa o "mar de gente".
Atendimento , preenchimento do formulário, mais 20 minutos.
Ao chegar em casa, correspondência referente à pesquisa de opinião sobre soluções para o transporte público da cidade, um número de telefone para que eu fosse entrevistada:mais vinte minutos.
Agora marca meu relógio 18h 26 min.
Em nome do bem estar pessoal e coletivo gastei 1 hora e 10 minutos do meu dia.
Poderia ser de lazer ou de trabalho. Ambos muito valorosos.
Sim, me sinto feliz por colaborar, mas 1h10m simplesmente pedindo para que as coisas funcionem corretamente é muito tempo.
ÉTICA e CONSCIÊNCIA, poupariam tempo e dinheiro de muita gente, e aumentaria o prazer e bem-estar de muitos.
Será que rezar resolve ????
12 abril 2008
Minha terra é o mundo !!!
"Dizem que sou louco, por pensar assim..."
Arnaldo Baptista
Mas não tô sozinha...
Está chegando o tempo da profecia, posso ouvir ao longe o som das trombetas...
Você acorda cedo, trabalha o dia todo, não cuida nem de si, quanto mais do planeta, se joga no sofá e tem preguiça de mudar o mundo????
Prepare-se o "Tempo das Mudanças" está chegando !!!
Eu acabo de cumprir mais uma jornada de sete. Pontualmente de sete em sete anos eu mudo minha vida radicalmente.
Sinto no ar um perfume de É HORA, conscientemente darei-me a chance de viver uma coisa nova.
Deixarei a Babilônia!!!
Vou morar à beira mar (em tempos de aquecimento global e elevação do nível do mar) e tentar REALMENTE me provar que pratico atos condizentes ao meu discurso.
Vou viver com menos, tentar outra profissão, numa cidade pequena e berço fecundo pra implantação de projetos de vida. Grande Potencial.
Hoje deparo com a notícia que alguns malucos lindos e mágicos estão chegando em Pernambuco... Verdadeiros "Guerreiros do Arco-Íris". Veja aqui
Ninguém precisa passar a vida inteira escravo de hábitos ruins e comportamentos vegetativos. Dorme, acorda, trabalha, dorme,acorda, trabalha, socooooorroooooooo, s.o.s, help me help me please !!!
Comer mais plantas, não pensar que lixo desaparece junto com a fumaça, a fumaça não desaparece, desacelere, veja sua existência com a beleza e a insignificancia que ela possue. Você tem o dever de se tratar com respeito. Pense saúde.Pense no outro. Pense amor e verdade.
E tudo terá solução!!! E eu terei um motor-home, usarei energia solar como combustível, e rodarei este planeta até o último cantinho.
Porque meu lugar é aqui.
Minha terra é o mundo!
07 abril 2008
Admiração escancarada...
Lá em casa nunca teve censura.
A TV era minha, e eu fazia dela o que bem entendia.
Amo minha mãe por isso. Meu pai tentava sacanear desprogramando a tv pra não pegar certas emissoras, eu tornava a programar, e assim seguia a vida...
Nas noites de sexta rolava pornochanchada, eu não perdia uma...
"Sala Especial" na Record, huhuahuahua hoje é canal evangélico, quem te viu, quem te vê.
Eu via.
Havia sempre um galã safadão, malandro, carioca até os ossos, que eu morria de raiva pela facilidade com que o danado me derretia: Hugo Carvana!
Um puto, delicioso.
Era o malandro que o Chico cantava. Tudo cabia nele.
Os anos se passaram, a chanchada morreu, a malandragem também, ficamos um tiquinho mais tristes, e a vida seguiu...
Esta semana, numa sexta-feira, tô eu na frente da tv e vejo Hugo, outra vez me roubando o riso, a atenção, o tesão...
O mesmo maluco apetitoso fazendo o papel de uma bicha velha, rica e intelectual.
DIVINA!!!!
Chorei de rir !
Ousadia pura, coisa de gênio !!!
Cuidado comigo Hugo Carvana, te conheço pelado, hehehehehehe...
Idade é uma bobagem, o fogo da sua sacanagem não se apagará jamais...
Ainda bem, diliça !!!
A TV era minha, e eu fazia dela o que bem entendia.
Amo minha mãe por isso. Meu pai tentava sacanear desprogramando a tv pra não pegar certas emissoras, eu tornava a programar, e assim seguia a vida...
Nas noites de sexta rolava pornochanchada, eu não perdia uma...
"Sala Especial" na Record, huhuahuahua hoje é canal evangélico, quem te viu, quem te vê.
Eu via.
Havia sempre um galã safadão, malandro, carioca até os ossos, que eu morria de raiva pela facilidade com que o danado me derretia: Hugo Carvana!
Um puto, delicioso.
Era o malandro que o Chico cantava. Tudo cabia nele.
Os anos se passaram, a chanchada morreu, a malandragem também, ficamos um tiquinho mais tristes, e a vida seguiu...
Esta semana, numa sexta-feira, tô eu na frente da tv e vejo Hugo, outra vez me roubando o riso, a atenção, o tesão...
O mesmo maluco apetitoso fazendo o papel de uma bicha velha, rica e intelectual.
DIVINA!!!!
Chorei de rir !
Ousadia pura, coisa de gênio !!!
Cuidado comigo Hugo Carvana, te conheço pelado, hehehehehehe...
Idade é uma bobagem, o fogo da sua sacanagem não se apagará jamais...
Ainda bem, diliça !!!
Personificando
Eu adoro brincar de personificar.
Como é???
Simples. Basta você pegar uma palavra qualquer e tentar encontrar uma pessoa que seja, resuma, personifique, defina em 100% aquela palavra que você escolheu.
Não entendeu ???
Vou dar exemplo: Para você quem seria a definição perfeita:
"SEXO": Ney Matogrosso (faça de mim o que quiser)
foto:Ary Brandi
"Diabo": Chico Buarque (ô tentação )
"Inferno" : um shopping lotado que cheira pena de galinha queimada
"São Paulo": uma mulher feia mas cheia de mistérios (definição do Tomzé, que eu amooooo)
"Perfeição": Robson Caetano (affff, perco a fala)
E aí, vamos brincar de "personificar"? Manda alguma !
Como é???
Simples. Basta você pegar uma palavra qualquer e tentar encontrar uma pessoa que seja, resuma, personifique, defina em 100% aquela palavra que você escolheu.
Não entendeu ???
Vou dar exemplo: Para você quem seria a definição perfeita:
"SEXO": Ney Matogrosso (faça de mim o que quiser)
foto:Ary Brandi
"Diabo": Chico Buarque (ô tentação )
"Inferno" : um shopping lotado que cheira pena de galinha queimada
"São Paulo": uma mulher feia mas cheia de mistérios (definição do Tomzé, que eu amooooo)
"Perfeição": Robson Caetano (affff, perco a fala)
E aí, vamos brincar de "personificar"? Manda alguma !
Outras Palavras...
Ah, como a vida vai ficando mais colorida à medida que o tempo passa !!!
Hoje vejo com euforia aquilo que já foi considerado tragédia: ser membro de uma família numerosa (muito numerosa) e pobre.
Sou apenas mais uma netinha dos oitenta e poucos netos de minha deliciosa avó.
Dá até preguiça contar pra saber qual o meu número na lista.
Individualidade, privacidade e propriedade são palavras inexistentes no dialeto de minha maluca e baiana família.
Sim, fui criada no meio do samba do criolo doido: muito beijo, muito abraço, muito riso, muita troça, muito choro, muita autoridade, muito apego, muito tudo...
E muita criatividade, pois se não houvesse criatividade não haveria baiano...
Outro dia, eu e meu primo Néu conversávamos sobre "particularidades" de nossa gente, e chegamos a conclusão que uma coisa que nos diferencia dos demais é o dialeto. Existem algumas palavras que nós só ouvimos ali e quando as usamos em outros lugares geralmente somos motivos de riso ou de total incompreensão como se estivéssemos a falar outro idioma.
Não que as palavras não existam, mas talvez tenham se perdido num tempo que lá em casa não passa nunca.
Para o Néu a nossa palavra símbolo é "Briquitar" que significa desde distrair-se, empenhar-se até cismar ou fazer pequenas coisas.
MInha vó diz muito : Ihhh, briquitei o dia todinho pra ver se conseguia fazer aquilo, mas que nada, não consegui.
Já para mim, a nossa cara tá numa expressão que ouço desde a barriga de minha mãe: "Módiontá".
Se fechar os olhos sou capaz de ouvir meu avô dizer:
- Cadê minha fiinha que não vem módiontá o padinho??? Cadê???
Irresistível !!!
Lá ia eu ver o "Padinho" ganhar colinho e ser "dengada".
E ele dengava a todas sem distinção, da mais bebê até as moçonas...
Sem dúvida alguma, o melhor avô do mundo era o meu.
A melhor combinação de autoritarismo e carinho que eu já vi em toda minha vida.
Imagino eu que "módiontá" significa "de modo a estar" ou "para onde está" ou algo deste tipo.
Quando fui buscar o dicionário descobri que aqueles meus avós quase analfabetos eram suuuuper bem letrados...Briquitar era um verbo muito usado em 1913, e tem uma palavrinha que minha avó adora, que data nada mais nada menos que do século XIV, a palavra é "reimoso".
Bastava você ficar doente que lá vinha aquela conversa :
"Não pode comer peixe, abacaxi, manga, ovo, carne de porco, é muito reimoso.
Faz aí um pirãozinho ou uma sopinha de carne com batata!"
Reimoso significa: que prejudica a saúde ou capaz de causar pruridos.
Que relação tem o peixe com o porco, ou tudo isso com o ovo , a manga e o abacaxi eu não sei, mas também não era nem besta de desobedecer minha "Madinha", além do mais a chance de ganhar um pirãozinho era uma alegria pra quem tava dodóizinho...
Hummmmm, pirão de vó, hummmmmm !!!!
É poesia por si só, dispensa palavras.
13 fevereiro 2008
Sonhos de uma noite de verão
Estranhamento.
É isso o que minha imagem e minha alma sentem quando se deparam.
Prefiro não olhar minha imagem refletida, ela jamais coincidiu com o que eu sinto que sou.
Odeio ser fotografada, a cada click é uma confirmação de que o corpo que habito não me pertence.
Sei o que sentem aqueles que se transformam.
Se pudesse, o faria.
Entendo Michael Jackson.
Nasci longe de minha terra natal.
Trago na pele uma cor que não é minha.
Sou assombrada por lembranças de uma vida que não vivi.
Mas de quando em vez, o real e o imaginário se chocam.
Num passeio de sábado, encontrei meu corpo parado numa esquina, aquele que antes só existia quando eu fechava os olhos e me descrevia...
Meu corpo é habitado por uma alma chamada Vanessa.
Bela alma, tão bela quanto meu corpo que ela carrega.
Meu Dengo me provoca, dizendo que conversou com meu corpo e sua bela alma numa outra ocasião...
Bobagem, impossível sentir ciúme da minha própria carne.
Talvez Vanessa e eu, sejamos apenas almas que aterrizaram em corpos trocados.
Não me privei do contato com aquela que me era tão íntima, disse a ela quão profunda era a emoção de vê-la ali tão linda.
Ela riu, então fez-se a luz !!!
Fico comovida em saber que meu corpo existe, assim como eu o via, quando fecho os olhos...
É tão confortável saber que REALMENTE existo, mesmo habitando este corpo que não sou eu, mas que é tão generoso em me suportar.
E pela primeira vez não senti o menor incômodo quando fui fotografada, pensei que este dia jamais chegaria.
Enfim, desde o dia em que nasci, eu sinto que eu sou eu.
Penso, logo, existo.
Vanessa by Symon Days ou Auto-retrato, sei lá ???
É isso o que minha imagem e minha alma sentem quando se deparam.
Prefiro não olhar minha imagem refletida, ela jamais coincidiu com o que eu sinto que sou.
Odeio ser fotografada, a cada click é uma confirmação de que o corpo que habito não me pertence.
Sei o que sentem aqueles que se transformam.
Se pudesse, o faria.
Entendo Michael Jackson.
Nasci longe de minha terra natal.
Trago na pele uma cor que não é minha.
Sou assombrada por lembranças de uma vida que não vivi.
Mas de quando em vez, o real e o imaginário se chocam.
Num passeio de sábado, encontrei meu corpo parado numa esquina, aquele que antes só existia quando eu fechava os olhos e me descrevia...
Meu corpo é habitado por uma alma chamada Vanessa.
Bela alma, tão bela quanto meu corpo que ela carrega.
Meu Dengo me provoca, dizendo que conversou com meu corpo e sua bela alma numa outra ocasião...
Bobagem, impossível sentir ciúme da minha própria carne.
Talvez Vanessa e eu, sejamos apenas almas que aterrizaram em corpos trocados.
Não me privei do contato com aquela que me era tão íntima, disse a ela quão profunda era a emoção de vê-la ali tão linda.
Ela riu, então fez-se a luz !!!
Fico comovida em saber que meu corpo existe, assim como eu o via, quando fecho os olhos...
É tão confortável saber que REALMENTE existo, mesmo habitando este corpo que não sou eu, mas que é tão generoso em me suportar.
E pela primeira vez não senti o menor incômodo quando fui fotografada, pensei que este dia jamais chegaria.
Enfim, desde o dia em que nasci, eu sinto que eu sou eu.
Penso, logo, existo.
Vanessa by Symon Days ou Auto-retrato, sei lá ???
19 janeiro 2008
Aracy Clementina B.Days
Filha de peixe, peixinha é ...
Filha de bióloga com publicitário, puxou aos dois.
Um pouco tímida, mas se esforçando pra acabar com essa bobageira...
Dna Baiano, alegre, corajosa e cheia de personalidade.
Como a mãe, adora bichos, seu sonho é estudar Comportamento Animal.
Adora viajar, quer conhecer o mundo todo, sem frescura, mochileira profissional.
Vive na Babilônia, portanto sofre profundas influências da megalópole.
Adaptada ao mundo urbano, curte moda, street arte e quando vence a preguiça se atira na balada...
Profunda admiradora das artes, fotógrafa nata, adora cantar e quer aprender tocar qualquer coisa...
Racional até demais, um pouco teimosa e obstinada.
Ama a África e pretende trabalhar por lá, onde sua irmã já está fazendo intercâmbio.
São filhas de pais diferentes.
Gosta de esportes radicais, mas por enquanto não tem praticado. Está tentando convencer a mãe a levá-la em suas expedições, apesar da mãe insistir que ainda é cedo...
Depender da mãe a incomoda, mas em breve ela mudará esta situação.
Com seu pai tem pouco contato, pois sua esposa é muito ciumenta, mas acha ele um fofo e morre de orgulho de ser sua filha. O sobrenome B. é paterno.
Não suporta a injustiça, e vira fera quando é preciso combatê-la.
Escorpiana.
Coração de manteiga, mas tem fogo nas ventas.
Gosta de ser um pouco atriz e muda sempre seu visual.
Apaixona-se com facilidade.
Uma gata, linda e misteriosa.
ARh negativo.
Seu book on line: aqui
A febre Blythe
Acalme-se caro leitor, não se trata de um novo vírus ou de uma nova forma de febre amarela que anda chateando nosso país.
Também não é como diria minha Creoula : "uma dominação satânica"...
Blythe é uma boneca.
Mas também não é uma "simples boneca"...
A bonita nasceu como eu lá pelos idos de 70 e foi rejeitada por ter um visual digamos "estranho".
Vinte tantos anos depois foi relançada e virou uma coqueluche entre os fãs de toy art e fashionets em geral.
Agora o delírio rodou o planeta e somos algumas milhares de pessoas se contorcendo e gastando até os últimos tostões nessa deliciosa agonia.
Eu definiria esse "sentimento" como o de ter uma tatuagem: dói, custa caro, mas depois da primeira dificilmente você quer parar.
É uma inquietação !
Parece que é um hobby destes tempos viver outras vidas, seja criando fakes no Orkut, encarnando outras pessoas no Second Life ou se transformando numa boneca de corpo incrível, cabeça enorme e olhos enigmáticos.
Eu me permito.
Sou deste tempo.
Só não tentei o Second Life, pois sou compulsiva e corro riscos de ser tragada pra dentro do computador.
Mas surfei a onda Blythe de peito aberto.
Junta várias coisas incríveis: meu amor pela fotografia (não basta ter a boneca é preciso fotografá-la e compartilhar a alegria com outras malucas de todo o planeta), minha paixão pelos trabalhos manuais (confeccionar roupas, transformar a boneca no visual desejado, construir cenários, etc), e fazer amigos na rede ( sempre tem um doido que sofre do mesmo mal que você, e esta relação é tão sadia, hehehehe...) e também a oportunidade de brincar de novo, sempre curti minhas bonecas e acho que hoje tenho uma consciência maior disto.
Quando pequena, minha pluralidade não deixava eu decidir se gostava mais das coisas dos meninos ou das meninas e eu me bipartia.
Hoje busco a feminilidade perdida e acho um barato brincar de boneca.
Eu disse barato ???
Devo estar louca, pois não é nada barato este hobby.
Minha filhota (que por enquanto é única mas já sabe que mamãe encomendou uma irmãzinha) custou a bagatela de 125 dólares, e cada coisinha a mais uma roupinha, um óculos, um sapatinho, vai aumentando mais e mais essa continha.
Sem contar que quase tudo vem do Japão, da China, Hong Kong, e as tarifas de envio são de fazer chorar.
Fora a polêmica da espera da liberação pela alfândega que é de fazer uma compulsiva morrer e ressucitar umas dez vezes...
Mas tem o lado bom, meu inglês tá em exercício constante (quase todas as informações estão fora do Brasil, e as negociações são feitas pelo Ebay ), estou cultivando o hábito da paciência, e a criatividade está a todo vapor...
Pra ver as fotos das Blythes do Brasil : clica aqui
Pra ver todos os modelos que existem: aqui
Pra saber tudo sobre as bonitas ( em inglês): aqui
Pra ver Aracy, minha filha linda de morrer : aqui.
Baba baby , baba...
12 janeiro 2008
Eu era feliz e ...
Será verdade ???
09 janeiro 2008
Love is in the air !!!
07 janeiro 2008
V E R Ã O
Leitores, perdoem !!!
Eu estava andando distraída pelo meio da rua quando de repente, fui atropelada pelo verão...
Não havia maneira possível de sobreviver ou resistir, então me deixei levar...
Parti para o mar, e cá ainda estou...
O Natal foi bonito na companhia de novos velhos amigos, as vibrações positivas trouxeram também um presentão do tropical Noel.
Música até o amanhecer na praça, beijo na boca, muita lua, calor, um sonho...
O cenário nem vou falar, melhor mostrar depois...
Tudo tão perfeito que tenho a impressão que fui colocada num filme trocado, mas tô adorando...
Claro que com um pézão no real porque eu sou taurina terrena.
Li o script do filme, sabia que não era vida real(mas tava tão lindo que até parecia...), enfim, eu NÃO era a mocinha mas tava representando o papel com a maior dedicação, sentindo de verdade o personagem, quando o diretor grita sem dó:
Agora numa conversa os dois arrebentam com a sintonia e o romance acaba !!!
Pôxa, eu mudaria o roteiro fácil, fácil, mas o filme não é meu, o mocinho não é meu, o cenário não é meu...
O público sofrerá, eu não me conformo, mas enfim C'est la vie!!!
O verão continua, em breve trocarei o mar pela montanha, tomara que lá também aconteça cinema, mas dessa vez eu quero que o papel seja meu.
É tão ruim ser contratada como substituta apenas por uma temporada...
Fiquem tranquilos, eu estou bem, por estes dias um tiquinho tristonha, mas é verão e no verão toda dor dura pouco...
Não se preocupem, folha ao vento sabe a beleza do voo e as peripécias das quedas.
Feliz Ano Novo !!!
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